
Há exatos 22 anos, o Linkin Park lançava o Live In Texas. Para a crítica musical, era o primeiro registro oficial ao vivo da banda, compilando as melhores performances da Summer Sanitarium Tour em Houston e Dallas. Mas, para nós — os fãs que cresceram ouvindo nu-metal no volume máximo —, aquilo não era apenas um DVD. Era uma janela para um universo paralelo.
Numa época em que o YouTube sequer existia e o streaming era um sonho distante, o Live In Texas foi o "ingresso" de uma geração inteira. Quantos de nós não gastaram a mídia física de tanto assistir? Chegávamos da escola, ligávamos o DVD player (ou o PlayStation 2) e éramos transportados direto para aquele palco gigantesco.
Nós decoramos cada detalhe: A transição do dia para a noite durante o setlist, a energia inigualável do Chester pulando enquanto berrava o final de "A Place for My Head" e quebrando a guitarra, a precisão dos versos do Mike, o peso dos riffs do Brad, o Phoenix torcendo o pé, a bateria marcadíssima de Rob e os riscos de Mr. Hahn.
Para muitos de nós, que morávamos longe dos grandes centros ou éramos muito jovens para ir a shows, o Live In Texas foi a materialização de um sonho. Nós assistíamos àquela multidão pulando em "One Step Closer" e prometíamos para nós mesmos: "Um dia, eu estarei lá. Um dia, eu verei isso ao vivo."
Hoje, 22 anos depois, dar o play nesse álbum é sentir um misto de euforia e saudade. É lembrar da potência do Linkin Park no auge da era Meteora e, acima de tudo, celebrar a memória de Chester Bennington, que entregou ali uma das performances vocais mais viscerais da história do rock.
O tempo passou, mas a energia daquele dia no Texas permanece intacta em nossa memória.